quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Despertar (Song)




Pra que eu vou querer?
Ver a manhã chegar?
Ver pássaro cantar?
A vida acontecer?

Pra que eu vou sentir?
O Sol queimando em mim?
Esse luar sem fim?
Como é que é ser feliz?

Pra que eu vou falar?
Qualquer canção cantar?
Dormir... pra que sonhar?
O que é admirar?

Pra que vou caminhar?
A rua, esse lugar?
Naquele velho altar
Não posso mais rezar...

Pra que eu vou viver?
Se você não voltar
Se a luz não mais brilhar
A luz do teu olhar...

Pra que eu vou viver
Se o riso não está
Se não me abrigar
No peito o seu calor?

Quem é que eu vou amar?
Se não existirá
Alguém para abraçar
Do nosso jeito amor.

(Refrão)

E você voltou
e trouxe aqui pra nós aquele amor
e devolveu a paz no coração
que havia então partido com você

E você voltou
a rua novamente aqui floriu
o meu sorriso uma outra vez se abriu
no meu olhar de novo o teu olhar

E você voltou
trazendo a luz do Sol e do luar
veio enfeitando a vida pra sonhar
e este sonho enfim me despertou...

DG
.(Todos os direitos reservados - LEI N. 9.610 DE 19/02/1998. Reprodução sem prévia autorização proibida)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Agir com ética






Viver com ética e nos limites da moral universal não é tão difícil.
Basta a consciência dos atos e o compromisso com as suas conseqüências.

Sartre defendia que ninguém poderia ser tão livre que não se responsabilizasse jamais pelas próprias atitudes, posturas, ações, escolhas enfim.
Mesmo na omissão há um nível de responsabilidade. "Não fazer" também é escolha.

Segundo Mário Sérgio Cortella, professor e filósofo brasileiro, três deveriam ser as "peneiras" para avaliar se uma atitude poderá ser considerada dentro da ética:

1. Eu quero fazer?
2. Eu posso fazer?
3. Eu devo fazer?

Porque há coisas que eu "queira fazer", mas "não posso"; e coisas que eu "possa fazer", mas "não devo".

Então, se "eu quero fazer, posso fazer e devo fazer" terei agido dentro de regrinhas simples para uma convivência pacífica em todas as áreas da atuação humana. Seja profissional, pessoal, afetiva, com amigos ou estranhos.

DG
.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sorriso Cerrado (Poema)






não, eu não sei nada, não
nada pergunte não
seu moço, não me apoquente

e mais... pra dizer a verdade
fico aqui na saudade
fico a pensar numa gente

a que ficou lá pra trás
lá num tempo de paz
daquele povo contente

hoje, eu aqui só de boa
fico na espreita à toa
de um briho branco de dentes

mas, o que vejo é cerrado
sorriso anda amarrado
esse morreu para sempre (?!)

DG
.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Retrato (Song)





Então já foi
mas você nunca sairá de mim
como um retrato que não se apagou
teus beijos inda me lembram o amor

Reter você

nos pensamentos, julgar ser feliz
lembrar dos planos, como a gente fez
durar pra sempre, quem sabe, talvez

Não me esqueci

nossos momentos, um vinho, um jardim
nossas viagens por céu de neon
e aquela estrela que em nós já brilhou

Meu coração

por que foi mesmo que você o quis?
foi pra deixá-lo num canto de mar
ele perdido, não sabe se achar

DG

.

(
Todos os direitos reservados - LEI N. 9.610 DE 19/02/1998. Reprodução sem prévia autorização proibida)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

É você (Song)






O que eu sei
Que nada sei
Sobre você
Mas para quê?
Se é você
A me fazer
Assim feliz
Ninguém mais fez!

Só disse um oi
Só fez chegar
Se aproximou
Fez como o mar
Não quero mais
Saber de quem
Deixou o mal
Não quis o bem

E você foi
Pra mim alguém
Que trouxe amor
E foi além
Não perguntou
Se era bom
Acreditou
E se entregou


DG
.

(Todos os direitos reservados - LEI N. 9.610 DE 19/02/1998. Reprodução sem prévia autorização proibida)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Plural (Poema)





Plural, múltiplo
Multifacetado,
desconhecido sou... 
Não pergunte, não a mim
não saberei resposta
nenhuma resposta
a única que ta dou.

Quem você vê?

Quem vejo no espelho?
Num espelho? Nu espelho!
Quem vejo travestido?
Que pensamentos,
que ideologias...
O que são ideologias?
O que são pensamentos?
Serão lugares, coisas, pessoas?
E pensar em nada é alguma coisa?
Coisa nenhuma me segura
e todas as coisas que consolam, limitam...

E os medos, e as fortunas, e o destino?

Que são? Clausuras? Cárceres?
Onde estão?
Onde estão e quem são os personagens?
Quem é você, que diz coisas sensíveis?
Quem é você, que diz coisas horríveis?
Quem é você, que se contradiz da manhã à noite?
Quem é você, que não é o mesmo à tardinha?
E por que quer saber quem sou se nem ao menos te defines?
E nem nunca o fará!
Porque nesse dia morto estará
e já não será ninguém, ou será 'morto' então?
Então algo ainda ficará.
O único que é um dia,
é o único que já não poderá mais ser.
Porque nesse dia será
tão somente o que tudo rejeitaria...


DG
.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Absinto (Poema)





a poesia (o poético) inspira...
mas o tempo, esse implacável
quando não mastiga
em seu espaço imensurável

inteiros devora-nos
deglute
digere
apavora-nos

ao redor cavernoso
vago
despido
licencioso

encaracolam desejos
insopitáveis estranhamentos
indubitáveis esquecimentos
fragorosos fragmentos
de gente elemento
alimento do tempo
vagarosos pensamentos

vagar ossos
peso morto
abstrato
absorto
absinto

(ah! mas sinto
que a poesia [o poético] inspira
e aspira da estrada
a palavra perdida


do poema o verso
em reverso prospera
na estrofe a espera
se faz incontida
orienta a estrela
revela a saída

aquieta a ferida
e salva-nos à própria vida.)


DG
.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Acontece (Poema)





a vida é algo inexorável... ela acontece...
ela vai acontecendo...
ela cresce...
cresce em história,
em estrada,
em estrados,
ela cresce...

e quando parece que só fez estragos,
esmorece,
carece,
esquece,
esquece-se,

leva pro espaço e mostra tudo outra vez
lá de cima,
tudo tão distante,
parece bastante
parece bonito,
parece não ser perigo,

depois,
ela arremessa,
arremete,
arremeda

e tudo uma outra vez se recicla e se repete

DG
.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que contar (Song)





Não via a hora bater
Já era quase sem tempo
Vem me aparece você
E afasta de mim qualquer pensamento
Transforma meus dias em puro tormento


Pois hoje chora no peito

As cordas do coração
Que tocam meio sem jeito
Buscando no meio da consolação
A vida que perde no amor a razão


Mas há quem diga na vida

Deve-se ter um amor
Que mesmo um'alma sofrida
Não deve viver lamentando sua dor
Vá em busca de ver e encontrar o que for

Mas a viagem que é dura
Já não aguento o pesar
Pra mim não tem mais ventura
Tem gente que nasce pra vida ganhar
Quem não foi feliz, não tem o que contar

DG
.

(Todos os direitos reservados - LEI N. 9.610 DE 19/02/1998. Reprodução sem prévia autorização proibida)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Nua Lua (Poema)





E a gente segue tropeçando nas estrelas
embasbacados pela soberba beleza
sob o manto negro, ela altiva e prateada
presente de Deus, noite assim enluarada


Onde velhas aguadeiras a noite velam
em que o orvalho prateado gentil rejubila
vem marcando a clara tez que por fim revela
estórias encantadas no véu da sibila


O céu hoje está que é uma beleza sem par
de encantos e magia cobre de esplendor
nua Lua, onde o Sol reflete seu olhar

Por entre estrelas como um jardim todo em flor
em segredo segue altiva em seu caminhar
co'aroma do mais puro e verdadeiro amor.


DG
.

Prêmio Recebido e Blogues Indicados





O Prêmio Dardos foi criado pelo escritor espanhol Alberto Zambade e visa reconhecer os valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc, com indicações dos próprios apreciadores do trabalho.



Recebi da amiga Angela, do blogue "Blogando por aí", que receberá um lugar de destaque pela importância que esta amizade representa. E como ela se referiu em seu blog sobre o que ganhara, sendo o primeiro, tem uma relevância ainda maior.

Muito obrigado, Angela, por esse carinho e por ser uma leitora frequente dos meus escritos.
E agradeço ainda a todos os amigos que nunca deixam de dar uma passada por esta minha sala virtual, onde recebo com carinho a todos com grande emoção.



De acordo com o regulamento do prêmio, quem recebe deve escolher outros dez blogues para repassar o prêmio. Confesso que há muito mais que dez blogues para indicar e, se por um lado poderia ser injusto com alguns, por outro, fico feliz por haver tantos blogues excelentes, de amigos maravilhosos, que já receberam. Então, como são muitos os que aprecio, utilizarei como critério os que ainda não receberam (ou não postaram e não descobri a tempo...rs). Espero que me compreendam.


São eles:

               * Pensamentos Verbais
               * Asas dos Versos e Reversos
               * In Foco
               * Inquietudes Crônicas
               * Afetos e Cumplicidades
               * Sábados de Caju
               * Maraláxia
               * Ateliê Tribo de Judá
               * Sentimentos Íntimos
               * O Livro dos Dias Dois


Sempre que se deve fazer indicações com número reduzido de opções, acabamos por deixar de fora muitos amigos queridos. Não foi diferente aqui. Tenho realmente um carinho muito grande por todos que se encontram em minhas listas de preferidos e a atenção não será menor porque não figuraram nesta especificamente.

Abraços a todos os meus amigos e que estejamos sempre juntos nessa blogosfera capaz de unir os pensamentos, as ideias e os sentimentos de todos por todos.

Tenham um excelente fim de semana com feriado para prolongar e aumentar o lazer.

Daniel Garcia
.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Meia Lua (Poema)





meio tom, inteira matiz

meia lua inteira, meia luz

em metades que se completam

meio sonho, suponho, reluz

em meio a verdades que se integram

jamais será só um meio

o amor que não se divide


DG
.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Amor Proibido (Poema)

                                         Óleo de Magritte Os Amantes



A vida parece só ter mesmo graça
Nos braços de um amor proibido
Com perfume doce de um beijo maldito
Enquanto o eterno encanto não passa

São mais verdes os campos velados
Que guardam segredos quase tão possíveis
Sonham-se os sonhos todos incríveis
Roubam-se os tesouros de um outro guardado

Mas se é livre, perde-se toda ilusão
As portas abertas não contentam
Num rancho onde sonho, desejo e paixão

Escancarados não se contemplam
Mostram-se a cara, ocultam-se o coração
Reservam-se indecifráveis fendas

DG
.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um momento (Poema)





Foi assim que aconteceu:
Eu descia e descia muito.
E chegando ao fundo deparei com ele
que não tinha nem cara bela nem feia,
era difuso, um fragmento, esmaecia

Ele queria se compor na imagem que eu fizesse
mas, confuso, não fazia ideia nenhuma
e seu corpo e seus desejos se dissipavam...

Então, a luz voltou a clarear e aquecer tudo ao redor
e ele se desvanecera, antes lentamente,
depois por completo e integral.

E meus olhos, ofuscados por aquele brilho intenso,
puderam entender o significado.
Eu renascia... e o dia amanhecera outra vez...

DG

.

sábado, 27 de outubro de 2012

A Palavra (Poema)





Do poeta
a palavra se despega
do orgulho vão
se desatrela

ganha mundos
rompe chão
alcança os céus
outra estrela

milhões de anos-luz
dele, d'outro, conduz
inesquecível jornada

rasga a manhã, vence a tarde
perpassa a noite e não termina
quando a madrugada rumina...

DG
.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Saudade é amor puro e verdadeiro...






Saudade é bom, coisas boas foram vividas e ficaram marcadas, registradas no coração com tintas que não se apagam.

Saudade também pode ser uma forma de felicidade quando nos "recoloca" naquele tempo e lugar de momentos inesquecíveis, com aroma de flores do campo e a leveza da brisa que acaricia o rosto.

Leve consigo essa saudade, lembrando sempre de que ela é o livro das histórias de amor escrito por múltiplas mãos.

A dor que  existe não é uma cela fria que pune, mas um jardim encantado que persiste nos aromas de amor e felicidade vividos.

A lembrança está toda lá no coração, e não pesa; antes, abre em nossas memórias uma paisagem florida que nos confortam por saber que um dia estivemos juntos.

Essa saudade é amor puro e verdadeiro. Se não foi amor, terá outro nome, não será saudade.


(porque quase tudo passa:
a vida vai passando,
o tempo vai passando,
a dor vai passando...

e o que fica?
a lembrança.
quando boa, chama 'saudade';
se ruim, chama 'lição'.)

DG
.

domingo, 21 de outubro de 2012

Túnel do Amor (Poema)


                                          Túnel do Amor



quero esse túnel infindável
insofismável
indivisível em turnos
quero-o infinito
bonito
travessia de odores
aromas e cores
quero esse túnel de amores...

DG
.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Clarão (Poema)





da janela
sol em raios
desponta

lua bela
de soslaio
me conta

que vi tudo
num clarão
tão cego

fiquei mudo
co'a emoção
tão perto.

DG
.



(para Cat*, meu amor s2)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Assombra (Poema)





(Neste feriado de Nossa Senhora Aparecida e comemoração do dia das crianças, lembremos que não se deve violentar delas a sua ludicidade, sua infância, seus desejos. Que Nossa Senhora Aparecida hoje e sempre ilumine as mentes de cada um para que toda criança seja respeitada, valorizada e amada. Afastemos suas assombrações, sejam as irreais ou aquelas muito físicas e presentes que as perturbam e fazem-nas calar pelo pavor das ameças de consequências aterradoras.)


       e eu que tinha apenas dezessete
              quinze, quatorze, treze
           e eu que tinha apenas doze
                    dez, nove, oito
            e eu que tinha apenas sete
                       seis, cinco, 

                          quatro
                              ...
                         a sombra 

acobertava-me
                         a sombra 

                                      era turva em mim
                         a sombra 

cobria-me o rosto
                         a sombra 

                                      era o universo todo

                         a sombra 

                        há sombras
                         há sobras
                         as sobras
                         soberbas 

                      e  s  t  a  v  a
                 por                   todos 
                 os                     lados
                   c  e  r  c  a  d  o

                                    a sombra
                     assombra
             cala
e tomba
...
três, dois, um...
não vi mais nada
não disse mais nada
não sou mais nada
não sou
mais
nada


DG
.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Essa estrada (Poema)






Essa estrada me condena
Pois sei mesmo a duras penas
Sempre encaro um novo amor
Talvez seja alguma sina
Esse encanto que fascina
De arrastar-me pr'outra dor

Mas um coração sofrido
Que não quer mais os perigos
Deveria se aprumar
Volta atrás do seu dilema
De insistir na mesma cena
Não se cansa de apanhar

Que será que me acontece
Que sempre que me aparece
Não consigo resistir
Será sempre amor bandido
Do que sai sempre ferido
Vai pro embate sucumbir

Desse jeito sigo em frente
Inda encontro muita gente
Que procura me ajudar
Seus conselhos adivinho
São palavras de carinho
Me tentando consolar

Mas qual nada, que consolo
Meu amor é como um tolo
Que faz outro gargalhar
Assim vou seguir sozinho
Procurando outro caminho
Sem dormir pra não sonhar

E na insônia não há nada
Só a densa madrugada
Com saudades sobre mim
Ao lembrar que noutra noite
Tive beijos como açoites
Do princípio até o fim

Quando então a luz apago
Desfaleço em leito amargo
Fecho os olhos pra esquecer
Bons momentos que passei
Tanta lenha que queimei
Tanto amor que fiz arder

Mas no peito ainda guardo
Qualquer coisa do meu fardo
Que me fere o coração
Nem por isso, não desisto
Acredito e no que insisto
É viver outra emoção.

DG
.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Manhãs de abril (Soneto)





Amor, que faço com os meses de abril
Quando passarem por mim suas manhãs
Em que o encanto daquele estado febril
Revelava-nos o sabor das maçãs

Amor, que faço com as noites de frio
Em que teu abraço me aquecia o peito
Esquecíamos lá fora um mundo hostil
E fazíamos amor do nosso jeito

E era perfeito o jeito de nos acharmos
De nos entregarmos, de nos recebermos
E então nos perdermos de novo num sonho

E tínhamos a nós a sós sobre a cama
Verdade é quem ama recebe dos anjos
Auspícios dos santos em noites de outono.

DG
.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A luz sina (Poema)





"pura é a lua, que chega toda radiante
e faz o sol estupefacto rejubilar brilhante"


excita o que no lilás
na púrpura não fugás
revela o sacrossanto
ardente do semblante
o olhar emperolado
dos lábios encantados
ansiosos por mordê-la
e com afeto sorvê-la
a divina melodia
que alucina
à luz do dia
que fascina
a mesma luz
é a luz

sina.

DG
.

domingo, 23 de setembro de 2012

Noites frias madrugadas (Soneto)




Fiz a cama sob a sombra do arvoredo
Como faz a passarada no quintal
Joguei fora tudo quanto fosse medo
E arranquei pela raiz o que era mal

Nosso canto já não tinha mais segredo
Era tudo claro, límpido e real
Todo dia inda era de manhã bem cedo
Nosso amor tornava tudo especial

Vem um dia o vento bate na janela
Não havia uma tramela no portão
Fez de conta que era brisa disfarçada

Foi sem pena que me pôs distante dela
Fez geleira do seu frágil coração
E das minhas noites frias madrugadas.

DG
.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

E viva o seu amor (Poema)


Marca de amor não sai - Sylvia Patrícia




E viva seu amor para ser o último
e como se nunca antes tivera outro

Porque só o amor tem a prerrogativa
de nos reinaugurar todos os dias

E viva seu amor como se fosse o primeiro
e dê a ele alma, coração e corpo inteiro

Porque só o amor tem o jeito certo
de trazer a felicidade para mais perto

E viva o seu amor como se fosse o único
e consuma-o no desejo do seu perfume
Porque só o amor tem a pura magia
de nos reinaugurar todos os dias.

E viva o seu amor para ser o último
E ele nunca deixará de ser o primeiro
Porque todo amor nos torna um ser único
A razão dos nossos dias mais prazenteiros.

DG

.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quando os versos se vão (Poema)




(Comentário-Poema / Poema-Comentário no post do amigo Alfredo Rangel in: 
Alma Tua - Disfarces em versos)


Quando os versos se vão, 
versam caminhos distantes 
de um coração que não bate 
no mesmo compasso.

E sem passos para dar, 
caminhamos errantes
e vamos por ai sem alarde
espantados com todo o espaço.

DG
.








Força Estranha - Caetano Veloso
(Porque o Sol ainda brilha na estrada...)
.

sábado, 15 de setembro de 2012

Quem vai dizer





Quem vai dizer o que é o amor?
Será, pois, um gesto ou uma atitude?
Quem vai dizer que já amou?
Será que tem a completude?
Desse sentimento assim 'noir'
Ou será que o exibirá
No palco das vicissitudes?
DG
.

=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*



Quando a Gente Ama - Oswaldo Montenegro
(Marcelo Barbosa, Bozzo Barretti, Nil Bernardes e Fábio Caetano)


Quem vai dizer ao coração
Que a paixão não é loucura
Mesmo que pareça insano acreditar
Me apaixonei por um olhar
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra alguma pra falar
Meu amor, a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar
Quando a gente ama simplesmente ama
É impossível explicar
Quando a gente ama simplesmente ama


=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*=*




O Que É o Amor - Danilo Caymmi
(Composição: Danilo Caymmi)

O que é o amor, onde vai dar,
Parece não ter fim
Uma canção cheirando a mar,
Que bate forte em mim
O que me dá meu coração
Que eu canto prá não chorar
O que é o amor, onde vai dar
Porque me deixa assim
O que é o amor, onde vai dar,
Luar perdido em mim ...


.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Muro (Poema)




(Poema-comentário / comentário-poema inspirado pelo post da amiga Lola in:
"Tem um muro entre a gente")

Tem um muro entre a gente
e quantos muros construímos mesmo?
Seria apenas um muro entre a gente
Ou perceberíamos muitos outros de repente?

Tem um muro entre a gente 

e a gente não sabe sequer comunicar
Porque tem um muro entre a gente

e se eu não puder ver bem dentro do teu olhar

eu não conseguirei jamais transpor, derrubar
esse muro que tem entre a gente,
esse muro que tem dentro da gente.

O muro, na verdade, só existe, 

se eu continuar a ver com olhos tristes
o que um dia me ensinou a enxergar
com olhos descortinados do rancor
olhos que com prazer da aventura
poderiam me ensinar muito mais através do amor.

DG

.

domingo, 9 de setembro de 2012

Impreciso




O tempo, impreciso de tão preciso
desnecessário de tão necessário.
O tempo que passa, sem graça
revolve o sentimento
que se esgarça
no tempo
das coisas
que não são vãs.

DG

.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ardem




E que fique a timidez num canto qualquer, 
enquanto assiste ao espetáculo das chamas que ardem 
e consomem toda a sensatez... 
e nesta insana lucidez, 
invadam amores por todas as partes.

DG

.

sábado, 1 de setembro de 2012

Na borda (Poema)




voando
ando a voar
revoada
sobre o mar
repousada
na emoção
atravessar
o coração
transborda
na borda
de um olhar.

DG

.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Chão estorricado (Poema)


comentário-poema ou poema-comentário inspirado pelo post do amigo Silvio Afonso em
"Quando Friburgo era nova"



o lugar era assim, com muita alegria
onde todos passavam a vida a celebrar
se procurasse, era aventura todo dia
cachoeiras, matas, bom lugar pra visitar

por todo canto a deslumbrante natureza

vinha a todos quantos pudesse presentear
mas como tudo na vida, até na beleza
um dia um fim há de alguém colocar

e é bem mesmo assim que acontece

onde a política, no Brasil, põe a mão
tudo que outrora era belo, fenece
e desaba bem morto ao rés do chão.

DG

.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Viagem (Poema)





Essa vida, lavada e passada a limpo... 
Em cada estação desvia o olhar e a gente, 
distraído, desviado segue sem nem notar.
Outros caminhos, outras veredas, 
jornadas silenciosas, distintas e distantes do sonho primeiro.
Fazemos escolhas.
Mas quem disse que são as melhores?
Então a gente volta, para aquela estação e espera, espera...
espera.
Mas o trem da vida, 'daquela' vida, não passa mais.

DG
.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Orgulho (Song #)





Vim aqui ver sua casa cair
Ver o seu desamor desabar
Conta aqui tudo agora pra mim
Onde o orgulho tão vil foi parar?

Vim aqui ver sua gente fugir

Ver o seu guarda-mor recuar
Conta tudo pra nós até o fim
Desde a hora que foi começar

Você viu que mentir já não dá

Ilusões que ninguém mais comprou
Sua vitrine vai se espatifar
Seu produto não foi nunca o amor

Sua desculpa chegou muito tarde

Esperava um caminho se abrir
Você vai juntar essa vaidade
Nunca mais vão lhe ver por aqui

Sua história não vai repetir

Nenhum livro, ninguém vai contar
Nessa terra ainda há de existir
Gente boa pro bem semear...

DG

.

Saudade




ah! Saudade, 
esse balão que infla dentro da gente.
parece que lá dentro não há nada. 
quem vê, não vê nada.

mas a gente sabe que naquele ar que ninguém vê, 
há muita lembrança boa e que não se esvai.
quando a saudade dói, 
é porque a lembrança quer reprisar 
o momento bom que a gerou.

DG
.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Esquecimento (Poema)





tanta coisa pra se ver na vida
tanta coisa ainda pra ir lá ver
que faz bem a memória esquecida
pr'outra lembrança lá dentro caber

se há no tempo das coisas um tempo
pra colorir e depois desbotar
que fique no tempo do esquecimento
cores com as quais já não posso pintar
com outras desenho meus sentimentos
pra amor de verdade não se apagar.

DG
.

domingo, 22 de julho de 2012

A Rosa (Poema)





Que seja ainda a penas
que seja a penas duras
duras, dura e não parte não

Quão duras são as penas
as penas que perduram
furam, furam sem dó, perdão

Afasto todo espinho
que há nesse caminho
a rosa não tem solidão

Se sinto eu não minto
se quero não espero
demonstro toda essa paixão

A rosa sequer chora
não choro, pois por ora
eu juro que eu não choro não

Se a rosa vai embora
a rosa não implora
a rosa não tem coração

DG
.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Tão leve (Poema)




do esquecimento
que esmaece
que arrefece
tão leve
leve
toda a minha
imprecisão
que não preciso
que não detenho
aceno
distante
calmo e 
cálido
calado
mas não prostro
nem mostro
as marcas
na côncava idade
da silhueta
curva

DG
.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tem que ter porquê? (Poema)





tem que ter porquê?
por que tem que ter?
e se não tiver?
escrevo pr'o que der
se puder e vier
sem nada responder

porque o porquê vem de dentro
cada qual que lê assoma
revolvendo sentimento
removendo até montanha

cria seu próprio momento
e nele só não se estranha
por que terá meu rebento
se acha algum na sua entranha? 

DG
.

sábado, 7 de julho de 2012

Menina Sol (Poema)





quem sabe um sonho
quem sabe o amor
quem sabe há mar
lago e montanha
logo se assanha
luz de um olhar

vai num sorriso
quase impreciso
a espera em flor
o navegante
não segue errante
quase um farol

mais ilumina
luz de menina
faz como o sol...

DG
.

sábado, 23 de junho de 2012

Acapulco (Poema)




Se eu for pra Acapulco
Tomar banho de mar
Não me verá tampouco
Da vida reclamar

Quem quiser vem comigo
Para me acompanhar
Porque lá o perigo
É não querer voltar

Se eu encontrar alguém
Por quem me apaixonar
Faço dela meu bem
Co' ela vou me casar

DG.

Sombra Líquida (Poema)




Minh'água mistura-se à sombra
Mina d'água que assombra
Costura minh'alma
Na calma 
vala vaga
Da saudade desperta
Incerta
Nostálgica
Mágica
De sensações líquidas

DG
.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Rasuras (Poema)




o amor rasurado
emendado
na emoção constante
diamante
que não se parte
invade
que vai tomando conta
desponta
assoma na soleira
inteira
atira-se em novo beijo
desejo
num suspiro profundo
o mundo
volta a fazer sentido
perigo
é não amar outra vez...

DG

.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sol e outras coisas (Poema)




Quando o Sol sai
Não sabe se soma
Se assoma... ou se some
Subtrai-me de qualquer coisa
Porque qualquer coisa consome
E quando uma coisa está no seu lugar
Toma lugar de outras que ali já não podem estar
Mas quando algo vem
E se te fizer bem
Deixa entrar.

DG
.

domingo, 10 de junho de 2012

Momento (Poema)





Contamina tudo
Contudo
Não deixes que o tempo
Vença
Pensa
Que não vale um momento
Uma vida
Vencida?
Jamais!

DG
.

Um momento (Poema)




Contamina tudo
Contudo
Não deixes que o tempo
Vença
Pensa
Que não vale um momento
Uma vida
Vencida?
Jamais!

DG
.