segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sonhos (Poema)




quem vive de sono,
de sonhos só vive
e a magia persiste
na fantasia que existe



se triste a realidade
não é chiste a felicidade
de quem vive de sono
e de sonhos só vive...



DG
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domingo, 21 de agosto de 2011

E o teu jardim?




MEU JARDIM


"Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
 Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
 Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
 Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores



 Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
 Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
 Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
 Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

 Estou podando meu jardim
 Estou cuidando bem de mim"

(Vander Lee)


nunca um encontro foi tão preciso...
é o único encontro efetivamente preciso, de que precisam todos.
estive comigo um dia desses, foi gratificante (depois da dor inicial, óbvio!).
problema é que depois desses momentos, 

          você não aguenta mais ficar com aquele que não é aquele, 
          mas outro que encena.
pra ver fantasia vou ao teatro, ao cinema.
na vida, eu queria sempre 'a vida'.
não a vida por detrás de panos translúcidos,
não a vida projetada nas sombras da caverna,
não a vida pintada com pincéis e cores escolhidas numa palheta,
a vida! aquela simples e essencialmente crua...
todo o resto são acessórios para "enfeitá-la" 

          para o agrado dos olhos no espelho turvo do egocentrismo humano.


DG
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ensaios (Reflexão)





"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
(Charles Chaplin)
"Eu não penso em cortina se fechando, porque essa aí eu não vou ver mesmo. Morrer é para os outros, não para quem morre; porque quem morre não sabe." DG
Já fui do tempo que concordava. Com a idade, descobri que a vida permite ensaios sim.
Por isso, podemos namorar quanto quiser; casar quanto quiser; trocar de emprego quanto quiser; ir a lugares quanto quiser... etc.
Em cada uma das experiências, deveríamos adquirir o ferramental necessário para melhorarmos a atuação na próxima.
O que acontece, muita vez, é que retomamos do zero cada vez que algo "novo" se nos apresenta.
Sofrer é para quem acha que as coisas duram para sempre. Eu já não acredito mais nisso. Sofro o suficiente por alguma perda para a qual eu "iludi-me" que teria algum valor. 
Ninguém me ilude. Somente eu posso me iludir e acreditar em falsas promessas. Todas elas são falsas depois que você vive um pouco mais.
Não se pode dar o que não se tem. E o que se tem a gente descobre logo.
Se alguém diz que gosta de você, que essa pessoa demonstre. Dizer é fácil.
E se alguém que demonstrou e até tenha sido convincente, deixar de gostar; ora, ora, faz parte da vida mudar.
Eu também mudo e deixo de gostar; não posso exigir o que eu não possa dar: eternidade.
Tudo é finito. As alegrias e as tristezas. Apenas o marasmo e a quietude são infinitas. A pessoa escolhe se quer ficar na mesmice de uma vida sem emoções - boas ou más, quando vêm não se qualificam - jogando milho aos pombos na praça, ou quer efetivamente levar da vida o que ela possa oferecer de melhor.
DG
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domingo, 7 de agosto de 2011

Mentes (Poema)





Mulher mente             sorrateiramente
Homem mente                  descaradamente
Filósofo mente           sabiamente
Tímido mente                   desajeitadamente
Religioso mente          santificadamente
Religiosa mente                devotadamente
Policial mente             sangrentamente
Bandido mente                 delinquentemente
Médico mente             sutilmente
Político mente                   detestavelmente
Avô mente                  severamente
Empregada mente             domesticamente
Mãe mente                 soluçantemente
Vendedor mente               desvairadamente
Professor mente         satisfatoriamente
Namorada mente              delicadamente
Mecânico mente         sabotadamente
Cônjuge mente                 desinteressadamente
Amante mente            sentimentalmente
Canastrão mente               desavergonhadamente
Jornalista mente          sensacionalmente
Mágico mente                   desvanecentemente
Vidente mente             sensitivamente
Lúcifer mente                    demoniacamente
Cômico mente             sarcasticamente
Poeta mente                      deverasmente
Flagrante mente           subitamente
...
Entrementes                       dementemente
Quem vos fala mente   sempiternamente




DG
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Cíclica gênese (Poema)





Não fiques! Nem fixes! Não sejas!
Nem estejas, sugiro

Seu giro dá mais pr'outra volta
Revoltas? Prá quê? Seja leve
Releve, do que for, tudo quanto
Por enquanto, pairar no ar

Paira "noir" um "dejá vu" nonsense

Não sentes? Silente... ouvido
Ou vidro rompendo, barulho
Arrulho e um voo
Eu vou! Você não?
Se não, não me impeças

Não peças! Não quero! Não sou!

Estou. Aqui, você agora
Lá fora um mundo novo
Do ovo, estouro a casca
Descasca a pele. O pelo, penugem
Ressurgem. Renasço. Revelo

Desvelo no breu virgem

A origem da epifânica santidade
Sem ti, idade, sou translúcido
Tão lúcido, rarefeito
Raro efeito da branca bruma
Pluma de neve inventa a nova era glacial...


DG
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Sacrée nuit (Poema)



Alva noite, clara, inspira
Lua de prata no pólo sul
Entoa no firmamento ao longe
Suspiros... leniente devaneio
Sonhos, recantos, anseio


Alma boa, devota
Na imensidão do céu azul
Distância que perfaz e rompe
Rasga o efeito no horizonte lasso

A esfera d'ouro de um rei astro


Cinge-se de aura pura
Ao menor sussuro seu
Nada se lhe pode deter
Toca o sacro na harpa sutil
Em casta santidade pueril
Rica imagem na profusão
Onde o sagrado revela o coração


DG
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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Condicional (Poema)




Que venham todos os sonhos e ainda os pesadelos
Pois o viver isso tudo é simplesmente o que se deseja e quer


E tudo será sempre conforme nossos olhos enxergar
E todo o filtro de uma vida se resumirá 
nessa retina que me exibe 
somente o que meus desejos buscarem ver


E se eu desejasse alegria?
                    comigo satisfeito viveria
E se eu desejasse tristeza?
                    comigo se sentaria à mesa
E se eu desejasse a dúvida?
                    comigo andaria uma angústia
E se eu desejasse ser feliz?
                    comigo andaria o que sempre quis


E o que eu sempre quis fazer
e o que eu sempre quis dizer
e o que eu sempre quis mostrar


Então eu faria, então eu diria, então eu mostraria 
e o meu coração, enfim, pulsaria satisfeito por haver 
compreendido que da vida 
                    levarEI o que viver


DG
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Faz de conta (Poema)





Faz de conta, então, que você me conhece
e a gente poderá viver mais feliz...
Faz de conta, então, que você me orienta
e a gente viverá como você sempre quis...
Faz de conta, então, que você me entende
e eu possa ignorar tudo que eu já fiz...
Faz de conta, até, que você possa me querer
e a felicidade estará por um triz...


E se não acontecer da felicidade chegar
será porque eu não terei contado direito,
porque eu seria errado do meu jeito
e do meu jeito nunca deveria ter havido,
porque senão, eu nunca terei aprendido
e de nada valera teu esforço
é por isso que eu sempre torço
muito para você me transformar
em tudo aquilo que você desejar
e sucumbir dentro de mim 
aquele por quem um dia você se encantou
porque se não me matar, não terá sido amor
e eu não terei sido o teu ideal , enfim
e "nós dois" não queremos o teu sofrimento...


DG
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