quinta-feira, 30 de junho de 2011

O tic-tac - (Poema)





Tic ___ tic ___ tic ___ tic ___
Tentei do tempo o 'tac' tirar
Para ver se com o tempo eu poderia
Não adiantou... E ele ainda ria

(Porque somente o tempo
                   tem o tempo que quer ter)

No entretempo, dissabores
Não entretem mais que engodo
Pois ainda que o ignores
O tempo 'es-tac-qui' o tempo todo

Tac-it-empo todo
Tac-it-empo todo
Tac-it-empo todo 



DG
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sábado, 25 de junho de 2011

Passarinho - (Poema)



Quando voa o passarinho
Sabe lá  se ele retorna
Ele volta pro seu ninho
E meu coração entorna

E meu coração entorna
Porque fica sem carinho
Ele nunca mais que torna
Nem pra ouvir meu murmurinho

Nem pra ouvir meu murmurinho
Ele nunca mais que torna
Pra saber que estou sozinho
Sabe lá  se ele retorna

DG

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O-D-I-A - (Poema)





Divagar o dia
Dê vaga ao dia
Devagar um dia
De vagar num dia
Vagar
           Vai o dia

Que vadia
Que invadia
Quem vadia?
Vadia
           Mais um dia

Sem taquicardia
Senta aqui um dia
Acercar ardia
Aceitar podia
Assentar
             O dia

Odia-is
          Odi-ais
                     O-diais
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quarta-feira, 15 de junho de 2011

As três peneiras de Sócrates




Você conhece a parábola que diz que toda informação precisa passar pelas "três peneiras" para avaliar se deve ou não ser propagada?


É mais ou menos assim. (As observações são minhas)


Essa história teria acontecido quando Augustus procurara por Sócrates para levar-lhe uma informação. Sócrates então teria indagado preambularmente:


1. A informação é verdadeira? - Augustus responde que "vieram contar-lhe, desconhece sua legítma procedência".
(Toda informação deve ser averiguada, para não difamar ninguém imerecidamente. Todo aquele que levar adiante informação inverídica deverá ser considerado igualmente um difamador e mentiroso.)


2. A informação remete à bondade? - Ao que se lhe responde que não.
(Se não for bom, se a intenção for meramente destruir a reputação de outrem gratuitamente, então quem a repassa não presta um serviço, antes, revela-se um maledicente frívolo.)


3. A informação possui utilidade? - Augustus, já envergonhado, responde novamente não ser útil.
(Se algo não for útil para alguém, se não for para edificar, servir como exemplo, ela somente serviria para demonstrar o caráter medíocre,  leviano e fútil do propagandista.)

Concluindo, Sócrates sentencia:

- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil,  é melhor que o guardes apenas para ti.

Lembremo-nos todos nós: antes de repassar uma informação, será nossa reputação como ser humano íntegro que estará na berlinda; tão quanto ou mais do que manchar a imagem de pessoas alheias ao fato. Logo, saber de certas coisas não nos engradece; do contrário, nossa curiosidade pode ser nossa ruína, aquilo que nos aviltará diante de amigos e pessoas queridas.

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