segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O tempo recolhe o que se esparramou

Ainda bem que o tempo recolhe tudo o que se esparramou e coloca-nos em direções de defensiva na hora certa, para não atropelarmos as razões e as emoções em investidas sem nenhuma estratégia.

Duas vidas caminhavam e duas vidas se cruzaram. Coisas da vida que nos leva conforme suas ondas de calmarias e tormentas. Às vezes, porém, as águas não se misturam de pronto e urge uma necessidade
imperiosa de um tempo para avaliações.

Todos somos objetos de uns por algum tempo e fazemos alguns de objetos nossos por outros tempos.
Assim age o ser humano, em busca aflita à suprir a necessidade de ser feliz unilateralmente, mesmo que não perceba que a busca seja pelo individual.


Somente o amor incondicional e incondicionado, o sentimento puro pelo prazer universal que nos complete na medida da necessidade humana autêntica e original nos redime; e não aquele a que acabamos por atribuir valor. Esse será abnegado e desprovido de insatisfação no final, porque nada espera, não há juízo de valor; há apenas o amor findando em si mesmo pela própria grandeza do bem querer e não pela pequenez de nossas estúpidas vontades frenéticas e efêmeras.

O gozo de uma vida não deve ser o ápice de uma relação, mas sim a própria relação continuada, preservada e perseverada com objetivo de uma satisfação de plenitude atemporal.
O momento não pode passar, apagar-se; mas perpetrar-se dentro de nossos estímulos, instintos e sensações mútuas.



DG
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A morte (Solange Duarte) - (Poema)

A morte revela a impermanência das coisas,
Evidencia a ignorância primordial,
Revela-nos o equívoco do concreto,
Denuncia profundos apegos e desejos,
Presenteia-nos com o medo de perder
O que nunca se teve.

Assim o centro da Roda
Assim os três venenos
Assim a ilusão, o desejo, a repulsa
Assim se revela o impalpável
Assim a morte
Assim o renascimento
E novamente a Roda

Por diferentes caminhos andei
Diversos reinos percorri,
A certeza da superficialidade
que transforma em névoa amor e segurança.
Desconfiança, insegurança.
Ameaçada sobrevivência.
Ódio, raiva, inveja,
inteligência, criatividade.
Superação,
Transformação!!!!

Em cada reino
Em cada parte
Um pouco de mim se desfez
Um pouco de mim se refez

Em cada reino
Em cada parte
Um pouco de mim morreu
Um pouco de mim renasceu.



(Autora: Solange Duarte)
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

“Liberdade de Expressão” passou a ser denominação para “achincalhar dignidade alheia”?

Liberdade de expressão existe para todo mundo sim, ninguém será espoliado de dizer o que pensa, se o fizer com compromisso, respeito e razoabilidade.
Mas, liberdade é responsabilidade e faltar com o respeito com as pessoas por diferenças étnicas, sociais, econômicas, culturais etc. não é liberdade, e sim, falta de educação básica.
Tenho acompanhado a xenofobia contra o norte e nordeste nas redes sociais, isso, ao meu ver, não é "expressão" é "falta de respeito".
Porque para "limpar o banheiro" das casas dos ricos, aí chamam os nordestinos, né; mas quando eles demonstram capacidade para alterar os desejos dos mais favorecidos, através da maioria que são, então passam a ser hostilizados?!?!
Se queriam tanto o Serra como presidente, por que razão os 21 milhões de eleitores que abstiveram preferiram viajar a cumprir com o "dever cívico"?
E tudo isso ainda pra dizer que eu não votei na Dilma. Eu fui às urnas e votei no Serra. Perdi. Vou quebrar a Avenida Paulista, como já fizeram algumas torcidas organizadas? Faz parte da democracia, como em qualquer disputa elevada compreender que o vitorioso será apenas um e será quem levará a melhor. Não será o poder econômico única e simplesmente a ditar regras. Esperemos que o governo de Dilma, PT etc. seja para todos, pois lembrem-se, depois que o poder está nas mãos, os compromissos "assumidos" em capanha podem "bater asas e voar", porque são livres para fazerem o que quiserem. Além disso, SP elegeu como deputado federal mais votado na história das eleições um nordestino analfabeto. São Paulo elegeu como senadores duas peças da corja acostumada a negociatas; e o 2º. lugar, Marta Suplicy, quase perdeu para o Netinho (argh!). E onde estavam os eleitores paulistas tão excelentes que deixaram um dos melhores candidatos a esse cargo nessas eleições perder, o Sr. Ricardo Young?
Será que o problema está lá no norte e nordeste ou na falta de seriedade do brasileiro que se diz preparado e culturalmente superior com coisas importantes?!?!? Porém, muito mais interessados em “Fazenda”, “BBB”, “Busão do Brasil”, “Cervejada e churrascada em happy hour e fins de semana”, “mulheres peladas nas revistas e sites pornôs”, “Funks”, “Pancadão”, “Micaretas”, enfim, toda sorte de aberrações a que chamam hoje, cultura (?)!
Achar que "expressar-se" é reclamar falando mal das pessoas e de um grupo através de chacotas indecentes e vis, desprovidas de qualquer razão, porque partem para o irracional, a briga, a contenda despropositada, um discurso depauperado, rasgado de argumentos fátuos e fundamentos vazios.
Parece simplista assim, mas não é. Então vejamos o contrário: Serra ganha e os lá de cima deveriam então calar a boca, porque os fortes daqui debaixo mandam?!?! Ou eles poderiam igualmente chamar a todos daqui com o mesmo tratamento pelos impropérios que andam recebendo, porque o povo daqui, como é muito aculturado e de nível tão elevado, receberia as pedras com decência e sobriedade?????
Se as eleições estivessem decididas antes do dia do pleito, por que haveriam as campanhas? Por que tanto "fala-aqui-fala-ali"? Por que tentar convencer as pessoas de quem é o melhor ? (Se bem que nessas eleições a briga foi para convencer quem seria menos pior.). As campanhas mostraram apenas os porões da indecência de ambos os lados. Brigar porque aborto deve ou não ser colocado na pauta, porque a religião, num Estado laico como o Brasil, passa a ser carro chefe de campanha?!?!? Para qual planeta discursavam os candidatos???
Claro que se pode comentar, expressar, mas o que se vê no twitter ou em outras redes sociais é playboy que preferiu ir surfar a votar, reclamando porque a classe pobre votou na Dilma. Isso já era mais do que esperado! Não se falava em outra coisa do que a possível vitória da Dilma. Foi a Marina que segurou o 1º. turno. Então por que não foram às urnas aqueles que julgaram melhor justificar o voto em outras cidades???
Eu sou contra a Dilma, já expressei isso diversas vezes, em Orkut, Facebook, Twitter; mas, ela ganhou. Assim como o Lula ganhou da outra vez e não se pode fazer nada. Pior, se reelegeu!
A 3ª deputada federal mais votada por SP foi a filha do prefeito corrupto de Barueri, Débora Furlan, (o programa CQC mostrou a bandidagem da quadrilha do pai dela com o irmão e sua corja), e mesmo assim teve os votos que teve. E estaria praticamente empatada com Maluf, outro a desfiar rosários de improbidades, que recebeu em torno de 500.000 votos. Mas eles são da classe A então ninguém fala, porque "pobre" não tem tempo de ficar no twitter para reclamar, estão trabalhando para os playboys twittarem bastante falando mal da família deles.
A questão não é expressão, é falta de educação mesmo e não venham querer “enxergar” de outra forma. Não há ponderações a fazer quando se parte para agressões. Se nas eleições de síndico do seu prédio ganhar a oposição, vão todos jogar "m..." no apartamento da família dele, vão xingá-los no elevador, vão segregar as pessoas no playground, salão de jogos, etc.??? E isso não seria falta de educação? Porque se não for, poderemos todos falar mal de quem quisermos a partir de agora, faltando-lhes com a dignidade, o respeito, a urbanidade, porque os twitteiros modernos passaram a julgar que isso pode ser considerado normal e o classificam como "liberdade de expressão". Viva a liberdade de expressão da Twitterland!
Esse povo tem muito que ler Sartre para entender o que é "Liberdade". Todas as implicações que esse termo carrega, seus compromissos, seus engajamentos.
Claro que receber uma "graninha extra" (como os bolsas qualquer coisas) é falta de educação, mais que isso, é falta de ética, é imoral, é falta de civilidade; entretanto, não está só lá no PT, não (que eu também passei a odiar depois que o PT virou Lulismo, porque essa é a origem do assistencialismo barato desse governo), todos os partidos - TODOS – aproveitam-se de alguma forma dos cargos e privilégios intrínsecos, de uma forma ou de outra. E o político que não rouba, sabe bem quem o faz, mas se cala e isso também é falta de ética e uma imoralidade com seus representados.
É o mesmo que um monte de gente falar mal dos grupos musicais que andam aparecendo, são péssimos; contudo, conseguiram arrebanhar uma legião de fãs e é porque os outros não obtiveram o mesmo êxito é que falam mal. Se fizessem showzinho no buteco do Zé, lá no mais extremo da periferia, ninguém falaria deles. Agora, quem gosta desses grupinhos sem graça e sem talento não é só a parcela pobre da população, mas muito e muito e muito das meninhas ricas e fúteis das classes A e B.
Quem sabe, ao invés de falar mal, que é muito fácil, as pessoas não começassem a fazer melhor suas partes, para que recebam o mérito.
A atual sociedade do espetáculo em que vivemos, que em detrimento do conhecimento verdadeiro, da competência, da excelência, só vive por aparências e imagens compradas à custa de marcas famosas por fora e muito espaço vazio por dentro da cabeça, tem demonstrado a derrocada de uma sociedade útil.
Hoje as pessoas que se mostram e aparecem em mídias e etc. são fúteis e são celebrizadas como se trouxessem ao cenário cultural alguma novidade, alguma importância para o aprimoramento do pensamento racional e razoável Os verdadeiros heróis estão pelas sombras.
Quanto mais liberdade, mais responsabilidade e não invasão e esculhambação da dignidade alheia.
Além do mais, PSDB é farinha do mesmo saco. Hoje não há mais ideologias nesse país, o que existem são dois grupos bem distintos separados pelos que "mamam nas tetas do governo" e outro que a cada quatro anos tenta ocupar seus lugares.
Veja a questão do salário mínimo, o valor federal é apenas o piso, todo Estado que julgar suficiente poderá implantar um mínimo superior. 16 anos de PSDB em SP e Alckimin fala de um salário de R$600,00 para os paulistanos? Por quê? Ele pode, está na lei, mas não o faz. E mesmo oferecendo um salário melhor, Serra não conseguiu convencer o povão. Parece que não é mais somente pelo dinheiro, mas a falta de fé nas pessoas que se tem deixado muito político de fora. Eu votei na Marina no 1o. turno e no Serra no 2o. Na última não foi por convicção, foi só para não anular o voto, que sou contra. Mas não estava satisfeito com nenhuma das duas propostas, que não trouxeram nada de novo além de repetir a mesma ladainha do “vou fazer isso...”, “vou melhorar aquilo...”. Tudo tarefa própria do governante, que ainda não fizeram para sempre poder prometer no futuro.
Veja a aprovação automática que o PSDB inventou para os alunos paulistas do ensino fundamental. Por que isso foi feito? Basicamente para aumentar os índices nos exames federais de "excelência", reduzindo a repetência, que era taxa de desmerecimento. Os alunos chegam à 8a série (atual 9º ano) praticamente semi-analfabetos. Lêem, mas não compreendem. Não sabem somar. Desconhecem as datas cívicas, não sabem o que representam os feriados nacionais. Não sabem das matérias estudadas, desconhecem a língua que falam, cometendo aberrações por onde deixam suas escritas, pela internet, em provas e exames, em correspondências, em formulários, em comentários nos posts em blogs etc. Isso é o PSDB de SP, não muito diferente do PT do Brasil.
Sou funcionário do judiciário paulista e há anos não há um centavo de reajuste salarial, nem mesmo recuperação das perdas inflacionárias. Nada! Aqui não se respeitam data-base da categoria, greves são silenciadas com muita paulada e descontos.
Essa discussão é tão inútil, porque no fundo, todos esses políticos que foram "opositores" vão, de alguma forma participar do governo, assim como já ocorrera no governo FHC, como foi no governo Lula. Se não fosse pela privatização das “teles” não estaríamos debatendo assunto nenhum pela internet, porque o serviço prestado pela empresa, enquanto pública, era de péssima qualidade. Se não fosse a privatização de algumas estradas federais agora no governo Lula, ainda estaríamos trafegando por verdadeiros “queijos suíços” que eram tais estradas. Onde o governo é ineficaz, não dá para tampar o sol com a peneira, tem que privatizar. Com a redução das empresas públicas, sobrou bastante tempo e dinheiro para os governos estaduais e federal cuidar melhor da saúde, educação e segurança... isso aconteceu? Não. Seja onde o Município se responsabilize, seja onde o Estado se responsabilize, seja onde a União se responsabilize, alguma coisa melhorou? Hospitais, escolas, policiamento? Acabou a corrupção e a ineficiência nessas áreas? Vivemos um “Eldorado” de oportunidades? Isso tudo considerando os diversos partidos políticos que governem cada uma dessas entidades jurídicas.
É sabido que sem os "acordos" entre situação e oposição, o governante não faz nada. Isso é básico na prática da política. Não deveria, mas ocorre exatamente assim e qualquer cientista político declara-o abertamente em palestras e entrevistas. Claro que os que agora falam mal da situação em que nos colocamos não têm tempo para ver programas sérios para se informarem adequadamente. Precisam viajar, baladinhas chiques, shopping center etc.
O que Lula fez foi continuar programas do FHC que eram bons e criar assistencialismo para se manter no poder. Claro que não é certo tais programas, no entanto, com a falta de empregos na indústria e comércio para ocupar a todos os “disponíveis”, fica fácil implantar tais aberrações. E o empresariado colabora com alguma coisa para conter o avanço do desemprego? Vejamos, vender lá para fora, exterior, “dispensa” o empresário de fazer sua parte social dentro do seu país; automatizar e mecanizar tarefas com o único intuito de reduzir funcionários, e não com o objetivo de modernização consciente da produção, favorecem a extinção de postos de trabalho; máquinas não consomem. Pessoas empregadas e classificadas como funcionárias é que consomem. Porém, como as empresas não precisam mais vender aqui dentro, porque o mercado está lá fora, dane-se o povo local. Eh! Pensamento com profundas implicações sócio-econômicas.
Sou radicalmente contra Dilma e toda corja a quem ela chama de companheiros, incluindo os amiguinhos internacionais, mas esse separatismo social imbecil que anda sendo propagado é uma das coisas mais estúpidas que o povo que se julga superior em cultura e conhecimento poderia alavancar. Ridículo! Ridículo! Ridículo!

DG
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