quarta-feira, 12 de maio de 2010

Por quê? - (Poema)

Por que rolo na cama e não sinto teu corpo,
você tão ausente, tua pele, teu cheiro, teu gosto e teus pelos tão distantes,
por que fico sozinho e nao tenho teus beijos, teu toque, teus carinhos?
Por que meus ouvidos nada escutam, teus gemidos, teus sussurros, teu grunhido,
tua voz doce que me acalma o coração...
por que, meu amor, me abraça e me beija, me acende e me enlouquece,
maltrata a minha saudade e vai embora,
parte me deixando só, tirando de mim o próprio chão que me sustenta,
por que me tira o rumo, a orientação, meu guia, minha luz,
por que me turva a vista e me apaga os olhos,
por que este tormento da tua ausência,
por quê?...
me diga por que não estás comigo agora,
que faz outro para te merecer ao lado,
se é meu amor que confessas preferir?
por quê?...

Ocaso de mim

(SOBRE O DIA DE TOTAL AUSÊNCIA)

Hoje compreendo o que significa um errante no deserto em busca aflita ao primeiro oásis.
A qualquer oásis.
O vazio que se instaurou em minha decrépita existencia, nesta data lúgubre, cujo silêncio se mortificou indelevelmente na minha alma assumiu contornos de ligeira e irremediável angústia.
Agonizando, tal qual um flagelado desesperançado, nada pude fazer, sem ação, nenhuma atitude que partisse de mim poderia hoje sacar-me deste torpor emocional.
Pereço e não há sequer um paliativo, um sedativo, um sucedâneo de você.
A monotonia dilacerou-me e lançou-me aos ventos que sopram para o oeste.
ocaso de mim.
Fim.

Noite apavora (inacabado) - (Poema)

Basta olhar pro céu agora
Que não mais verá estrelas
Toda a noite me apavora
Não há nada é só certeza
De que você foi embora
Me deixou naquela hora
Que me pediu amizade
Nem sequer ficou saudade
Será que fui algo um dia
Ou foi só falsa alegria

Amor, você me jurava
A felicidade inteira
Nossa busca se findava
No amor à nossa maneira
Nos seus olhos vi brilhava
Seu desejo que queimava
Mesmo instante que acendia
Ver romper um outro dia
Promessa de nova vida
Você era tão querida

Você era como um sonho
Que nutri por longa estrada
Percorrida em muitos anos

(...)

Amor de festim (inacabado) - (Poema)

Não sei se compreenderás
A minha angústia e o meu penar
Porque que insisto no sofrer
Se teu amor era festim
Que teve início, meio e fim
E a nossa paz fez se perder

Se havia pedras no caminho
Fui eu quem tropeçou sozinho
Estava cego de paixão
E aquela pedra derradeira
Se foi por trote ou brincadeira
Não merecia vir ao chão

Mas há de haver n'algum momento
Qualquer lembrança em qualquer tempo
Uma esperança suscitar
Trazer de novo a fantasia
Revigorante na alegria
E toda lágrima secar

(...)

Chama - (Poema)

Se um dia foi chama, se apagou?
Se já sentiu mesmo, foi amor?
Perdeu-se no vento que passou?
Qual sentimento nem chegou?

Será que foi uma tempestade?
Se foi, bonança agora incomoda.
Ao que chamamos felicidade
Hojé já pouco se nos importa

Mas você não atravessa a porta
Não diz mais nada, não liga mais
Já não diz coisas do coração

Será que foi acaso ou má sorte
Que nos roubou toda aquela paz
Assim se põe fim a uma paixão?

Declaração (Inacabado) - (Poema)

Tenho umas palavras pra te dizer,
Mas antes, sei que devo ressaltar
Que não pretendo vir a te assustar;
Que a vida, ao que parece, vai-te bem.

Peço que continues na leitura.
Do que te pareces declaração,
É somente uma outra contemplação;
Tornar a realidade menos dura.

Mas já não posso mais dissimular
Quão bem me faz a luz dos olhos teus;
Todo esse brilho intenso, o azul dos céus
Parece caber todo em teu olhar.

E ainda não é tudo o que eu preciso
Te dizer, então sigo sem demora.
Que já há chegado o momento, a hora,
Não sai de mim o doce em teu sorriso.

Não, por favor, não! Te peço, te imploro!
Não desistas de alcançar o final.
O que te suplico agora é banal:
Apenas prossiga... depois põe fora.

Meu relato não carrega intenções
De buscar em ti reciprocidade;
Não é meu direito essa veleidade,
Meros devaneios, sem ilusões.

Como te adiantei, logo de entrada,
Não te direi palavra a chatear-te.
Apenas permita-me contemplar-te.
Que mais pediria?... peço mais nada.

Tua angelical presença é ternura,
É água cristalina a voz que entoas.
São mistérios que só rio e canoa
Revelam em contato com a candura

És hoje pra mim mais que encantamento;
Povoam sonhos meus tua nobreza
De espírito, doce e terna beleza
Fina flor a encantar meus pensamentos

Houve dia em que o acaso me sorriu,
Reunida estavas com outras gentes,
E revelou-me em neutro ambiente,
Tua delicada graça gentil

Sem erros digo que não encontrei
Ainda pessoa com tal valor(?).
(...)

Soneto n. 01 - (Poema)

Olhar pro horizonte e só ver um vazio
Parece minh'alma perdida no chão
Carece de calma, diz o coração
Mas que calma nada, de paixão que eu preciso

Está me faltando encontrar um sentido
Sair sem destino, essa vida é a estrada
Viver pela noite, arrastar madrugada
Ouvir as histórias de um povo sofrido

Achar pelo mundo um amor de verdade
Vou correr atrás da tal felicidade
Deve haver no mundo quem viva sem dor

Eu sei, não apago a estrela da sorte
Que sem esse prumo até perco o meu norte
Meu entusiasmo é viver por amor

Essa estrada - (Poema / Song)







Essa estrada me condena
Pois sei mesmo a duras penas
Sempre encaro um novo amor
Talvez seja alguma sina
Esse encanto que fascina
De arrastar-me pr'outra dor


Mas um coração sofrido
Que não quer mais os perigos
Deveria se aprumar
Volta atrás do seu dilema
De insistir na mesma cena
Não se cansa de apanhar


Que será que me acontece
Que sempre que me aparece
Não consigo resistir
Será sempre amor bandido
Do que sai sempre ferido
Vai pro embate sucumbir


Desse jeito sigo em frente
Inda encontro muita gente
Que procura me ajudar
Seus conselhos adivinho
São palavras de carinho
Me tentando consolar


Mas qual nada, que consolo
Meu amor é como um tolo
Que faz outro gargalhar
Assim vou seguir sozinho
Procurando outro caminho
Sem dormir pra não sonhar


E na insônia não há nada
Só a densa madrugada
Com saudades sobre mim
Ao lembrar que noutra noite
Tive beijos como açoites
Do princípio até o fim


Quando então a luz apago
Desfaleço em leito amargo
Fecho os olhos pra esquecer
Bons momentos que passei
Tanta lenha que queimei
Tanto amor que fiz arder


Mas no peito ainda guardo
Qualquer coisa do meu fardo
Que me fere o coração
Nem por isso, não desisto
Acredito e no que insisto
É viver outra emoção.


DG
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